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Autocuidado
Data especial
Data: 29/09/2022
Estamos no fim do mês da campanha Setembro Amarelo, voltada para a prevenção ao suicídio no Brasil, um tema cercado de tabus, ainda mais quando associado à maternidade.
A experiência de ser mãe é tão idealizada na sociedade que é quase proibido tocar nesse assunto, quanto mais compartilhar qualquer coisa a respeito.
Mas por trás do silêncio, existem mulheres lidando com a depressão, a depressão pós-parto, a violência doméstica, a ansiedade, o autismo e outros transtornos mentais muitas vezes não diagnosticados e não tratados corretamente.
Existem mulheres sem emprego, sem renda, sem oportunidades no mercado de trabalho. Mulheres cheias de culpa, de medo e de vergonha em compartilhar o que estão sentindo. “Muitas não compartilham e não pedem ajuda porque se sentem inferiores por não darem conta de tudo. Só que ninguém precisa ser forte o tempo todo”, lembra a psicóloga Cristiane Nunes, que tem 22 anos de experiência na rede pública e privada.
A especialista ainda acrescenta que as dificuldades emocionais são comuns na maternidade e, quanto mais mulheres falarem sobre o assunto de forma real e aberta, mais elas vão perceber que não estão sozinhas. “As mulheres também precisam distinguir, sem culpa, os vários papéis que elas podem ocupar na sociedade, além do papel de mãe”, completa.
De acordo com Cristiane, a sobrecarga na criação dos filhos, o estresse do dia a dia e a falta de tempo para si mesma são alguns fatores que podem levar à depressão e outros transtornos mentais, gerando sofrimento e prejuízo à vida social, afetiva e profissional da mulher.
Esses transtornos podem se manifestar de formas diferentes de pessoa para pessoa, sem contar que nem todos os sintomas aparecem ao mesmo tempo.
Com base em sua experiência clínica, a psicóloga alerta para os sintomas mais comuns:
- isolamento social
- distúrbios do sono, como insônia
- ganho ou perda de peso
- choro fácil
- irritabilidade
- diminuição da libido
- dificuldade de atenção e concentração
- perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas
- grande esforço para realizar tarefas que antes eram fáceis
Em casos de sintomas, a orientação é procurar um psicólogo ou psiquiatra ou os voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferecem apoio emocional gratuito a todos que querem e precisam conversar. O atendimento é 24h por dia, por telefone (188), email ou chat.
“Também é importante ampliar e fortalecer as suas redes de apoio. Uma boa forma de fazer isso é participando de rodas de conversa, redes femininas e atividades físicas em grupo. Também é essencial trabalhar a espiritualidade, independentemente da religião”, recomenda Cristiane.
A campanha Setembro Amarelo é realizada no Brasil todos os anos pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Em 2022, o lema escolhido foi “A vida é a melhor escolha”.
Clique aqui e fique por dentro de todas as diretrizes para participação e divulgação da iniciativa. E aqui você pode baixar cartilhas, panfletos e outros materiais gratuitos.
A Cristiane é psicóloga do SUS (Sistema Único de Saúde) e também presta atendimento on-line no particular. Em paralelo, ela é proprietária da Sagradaria e vende bolos caseiros e quitandas na região de Nova Lima (MG), cidade onde mora.
Você pode conhecer o trabalho dela pelo Instagram @sagradaria1 e @cristianenunesn.
A nossa entrevistada de hoje é mãe do Mariano, de 20 anos, e do Miguel, de 17. Para ela, fazer parte do Compre de uma Mãe é mais do que contar com um espaço de divulgação para o seu trabalho. “É uma rede de fortalecimento emocional e afetivo, de trocas e de conhecimento”, destaca.
Quer fazer parte também? Clique aqui e saiba como.
